segunda-feira, 4 de julho de 2011

Exagerada..jogada a seus pés....

Aos quarenta e cinco anos de idade, em uma sessão de terapia, minha psicóloga desconfiada que eu fizesse parte de um grupo de pessoa que sofre de Transtorno de Déficit de Atenção, TDA, me indicou um livro: "Mentes Inquietas" de Ana Beatriz Barbosa Silva. Eu me surpreendi com a indicação, mas comprei o livro e prontamente comecei a lê-lo. Parecia mais uma autobiografia. "_ Muito bem" disse a mim mesma, sou TDA e agora faço o que com essa informação já tão adulta? Não obtive uma resposta. A resposta, talvez, venha somente com um tratamento intenso.
Prossegui lendo e durante a leitura o que mais me surpreendeu no livro todo foi um dos capítulos cujo subtítulo é: Os últimos românticos: Emoção em excesso e escassez de razão. Nesse capítulo é mencionado o quanto é fácil se apaixonar por um TDA, mas que é também um grande desafio. Segundo a autora, os relacionamentos com um"TDA"  podem ser complicados. E afirma: “ é difícil ultrapassar a explosão inicial e estabelecer uma relação afetiva duradoura de crescimento e respeito mútuo" .
Nossa! E como isso tem sido um fato em minha vida. Eu tenho a enorme capacidade de expor os meus sentimentos verbalmente nos primeiros dias de relacionamento. Não existe em mim um controle dos meus impulsos, sinto a necessidade de dizer tudo para que as verdades se tornem mais fortes.
No entanto, essa explosão de sentimento transfere à outra pessoa uma responsabilidade que ela não tem, até mesmo por que não está no mesmo processo explosivo. Conseqüentemente, existe um recuo por parte do outro, por precaução talvez, pessoas sensatas geralmente fazem isso.   O maior problema, no entanto vem a seguir, porque quando a relação não dá certo a reação do TDA é um desespero exagerado, geralmente acaba se humilhando  pela atenção do outro. Mas, quando lhe resta um pouco de auto- estima o TDA resgata forças e consegue tomar uma atitude radical e deletar tudo que foi vivido. 
Deletei uma pessoa há três meses , no início achava que não conseguiria  sobreviver sem ele , mas ontem em um casual reencontro , eu pude concluir que tudo não passou de um grande exagero, e que o sorriso dele ainda é o mais bonito que eu já vi.

Um comentário:

Coisas da Laura disse...

Tbm li esse livro,por causa do João,mas me vi em tantas páginas....bjo